A análise do Dever,
enquanto práxis valorativa da conduta humana, parece constituir uma reflexão
pertinente e adequada à situação ecuménica que hoje se nos depara. Com efeito,
é para melhor compreender tais obrigações, que regem as sociedades humanas em
geral, e a comunidade portuguesa em particular, que o estudo da existência,
natureza e consequências do Dever, se afigura importante.
Na verdade, o atual
quadro político-institucional nacional suscita algumas reservas quanto ao Dever
de defesa e dinamização de valores fundamentais, cada vez mais postos em causa
por determinados esboços político-partidários e até por certas estruturas
intelectuais.
Já na segunda década do
século XXI urge assumir um comportamento ético-religioso, político-cultural e
económico-social, de tal sorte que se possam eliminar situações aberrantes, no
sentido de se tornar uma realidade o Dever de defender o direito à vida com
dignidade.
Muitos são os Deveres
que se impõem a toda a pessoa verdadeiramente humana: o Dever de se retribuir o
trabalho com salários justos e pagos atempadamente; o Dever de todos os
responsáveis pela governação garantirem um estatuto verdadeiramente digno, com
a manutenção de todos os direitos, legal e legitimamente adquiridos, mas também
o Dever de cada um cumprir com as suas obrigações para com o seu semelhante e
com a sociedade em geral.
Na sua práxis quotidiana, o homem é um ser em
liberdade-dependente dos seus Deveres e, como tal, capaz de não respeitar as
suas obrigações ou de as assumir, precisamente porque, possuindo a capacidade
relativa de se autodeterminar, num vasto universo de comportamentos, é livre
quanto às decisões que toma e, igual e proporcionalmente, responsável desde que
as tome no pleno uso das suas faculdades humanas, respondendo pelos seus atos,
precisamente no cumprimento dos seus deveres.
O Dever integra a moral
geral ou teórica, à qual também se costuma chamar “Ciência do Dever”. Naturalmente que para se conhecer a existência
do Dever é necessário recorrer à observação psicológica e interrogar a
consciência moral que, neste como noutros aspetos da vida, funciona como
testemunha e juiz, respetivamente.
Bibliografia
FINANCE, Joseph de, S.J, (1967). Éthique Générale.
Roma: Presses de l’Université Grégorienne
LAHR, C., (1969). Manual de Filosofia. 8ª Ed. Porto:
Livraria Apostolado da Imprensa.
O Presidente da Direção,
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo