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domingo, 5 de julho de 2015

O Aniversário.


Todos os dias do ano, são suscetíveis de terem uma conotação a um acontecimento: seja pessoal, familiar, comunitário, universal, histórico, científico; ou de qualquer outra natureza, porque sempre há um motivo para se comemorar um facto, em ambiente mais restrito e privado ou alargado e público.

Aniversários acontecem, portanto, todos os dias, pelas melhores ou piores razões como por exemplo: comemorar o dia mundial da paz, a declaração universal dos direitos humanos; ou recordar o holocausto, as duas grandes guerras mundiais, respetivamente. Lembrar as vitórias bélicas, que durante a monarquia tivemos, e também as derrotas que nos foram infligidas, como a de Alcácer Quibir, enfim, haverá sempre uma razão para a alegria e a tristeza em determinados dias do ano.

No domínio pessoal, é verdade que se solenizam diversos dias durante o mesmo ano: o nascimento e a morte; o casamento e a separação; o batismo e outros sacramentos; o primeiro emprego e a reforma; a entrada para a escola e a conclusão de um curso superior; o ingresso nas Forças Armadas ou de Segurança e o desenvolvimento de toda uma carreira.

Cada um daqueles acontecimentos, é marcado por uma data, que se procura festejar com alegria ou recordar com saudade e dor. Os aniversários são, portanto, marcos indeléveis nas histórias das pessoas, da sociedade e do mundo, que não devem deixar de ser recordados, por muito que isso custe, na medida em que, os factos menos bons, podem ajudar-nos a melhorar no futuro as mentalidades, os comportamentos e conseguir-se viver num mundo mais equilibrado e pacífico.

Aniversários pessoais de natureza natalícia, normalmente, são os mais festejados enquanto os aniversariantes estão vivos, eles próprios, na maior parte das vezes, a participarem ativamente, com imensa alegria naqueles momentos que lhe são atribuídos, ao longo desse mesmo dia.

Neste, cinco de Julho, pretendo abordar o aniversário natalício porque, normalmente, é aquele que cada pessoa em particular, a família e os amigos em geral, mais rejubilam, se encontram em alegres convívios, precisamente, para comemorar mais um ano de vida (para os pessimistas/realistas, menos um ano para chegarem ao limite da linha existencial).

Há quem relacione, muito estreitamente, a data do seu aniversário com um determinado signo do Zodíaco e procure enaltecer as melhores características, ignorando e/ou desvalorizando os aspetos mais negativos, todavia, como quer que  seja, todos os signos apresentam uma dimensão positiva, e as pessoas que dele fazem parte, como que se sentem mais avalizadas, eventualmente, com uma autoestima mais elevada.

Nas primeiras três semanas deste mês de Julho, o signo do “Caranguejo” ou também designado por “Câncer” é o que prevalece. As pessoas nascidas em “Câncer” e segundo os estudiosos destas matérias, apresentam as seguintes características:

«Descrição de Câncer. O caráter de um canceriano é o menos claro de todos os signos do zodíaco. Um canceriano pode ser de tímido e aborrecido a brilhante e famoso. Os cancerianos são conservadores e adoram a segurança e o calor do lar. De fato, para os homens de Câncer o lar é como um ninho, um refúgio para onde ir quando o estresse do trabalho é demasiado. A casa de um canceriano tende a ser seu refúgio pessoal mais do que uma vitrine para deslumbrar aos demais.

Um canceriano entende que há momentos para ser sociável e outros momentos para ser solitário. Isto é uma das contradições em seu caráter. Desde fora parecem decididos, resistentes, teimosos, tenazes, energéticos, sábios e intuitivos.

Não obstante, os que lhes conhecem desde a intimidade podem ver um tipo de pessoa totalmente diferente - alguém sensível, sobretudo com as pessoas de quem gosta. Os cancerianos sabem identificar-se com a situação dos outros por sua grande capacidade imaginativa. Às vezes são fantasiosos demais e pretendem construir a vida segundo um ideal romântico. Gostam de arte, música e literatura, sobretudo de artes dramáticas e de ação.

Os cancerianos possuem um talento literário ou artístico considerável. Seu caminho pessoal consiste em reconciliar seu conflito interno. Por um lado, lhes encanta ser extrovertidos; por outro, têm tendência a retrair-se. Quando conseguem conciliar ambos os lados são capazes de inspirar toda uma geração, sobretudo os jovens, com suas ideias.

O canceriano tem uma memória excelente, sobretudo para acontecimentos pessoais e recordações da infância, que são capazes de lembrar com o máximo detalhe. Os cancerianos vivem condicionados por suas recordações do passado e por sua imaginação sobre o futuro.

O signo de Câncer tem muitos defeitos potenciais. Podem ter uma tendência à desordem, um complexo de inferioridade. Sentem-se iludidos com frequência, e muitas vezes por causas imaginadas, sem fundamento real, e adoram receber afagos. São ambiciosos. Podem mudar sem dificuldade de profissão, de lealdade e inclusive de opinião sobre as pessoas.

Câncer e o trabalho. Sua grande capacidade faz com que o canceriano possa ter sucesso em qualquer tipo de profissão. Interessam-lhe as opiniões dos demais e podem chegar a ser excelentes jornalistas, escritores ou políticos (ainda que seja possível que mudem de afiliação em algum momento). Podem trabalhar no setor público com sucesso. As pessoas de Câncer são muito apegadas ao lar, e isto lhes ajuda a ser grandes cozinheiros ou donas de casa. Também são bons gestores.

Câncer e as relações pessoais. Em suas relações pessoais os cancerianos são uma mistura de força e suavidade. Na vida real e em suas relações sentimentais, seu amor é intensamente leal. Ainda que tenham relações extraconjugais (o que é muito possível, porque os cancerianos, sobretudo os homens, estão abertos à excitação sensual), sua primeira responsabilidade é com sua esposa e sua família, porque o consideram seu protetor. Os cancerianos amam incondicionalmente. Também são amigos fiéis. (in http://www.euroresidentes.com/portugues/signos-do-zodiaco/cancer.htm em 01.07.2015).

Independentemente do valor científico, ou não, destas descrições, a verdade é que muitas pessoas acreditam, piamente, que reúnem as condições referenciadas no seu signo, principalmente as boas qualidades, contudo, não se pode afirmar inequívoca e taxativamente, o que estará certo ou errado, sendo importante, apesar de tudo, que as pessoas se sintam felizes.

Os aniversários natalícios permitem, portanto, conjugar uma série de fatores que proporcionam pelo menos, alguns momentos de confraternização, por vezes, esquecer problemas anteriores, adiar preocupações futuras, estabelecer relações, entretanto interrompidas, reatar amizades antigas, e/ou conquistar novos amigos e, em determinadas circunstâncias, muito específicas, até se geram novas redes sociais, novos laços de relacionamentos, novas oportunidades de vida.

É claro que os aniversários natalícios também comportam uma vertente mais materialista, consubstanciada na oferta de prendas, ao aniversariante que, naturalmente e de uma forma geral aceita e agradece, sendo que tais presentes, os mais diversificados, podem atingir valores monetários elevadíssimos, como também valores incalculáveis de estimação.

Mas um aniversário natalício não é apenas um tempo de confraternização e de oferta de prendas, porque deverá comportar uma reflexão profunda sobre o que se fez no último ano, ou desde a comemoração do aniversário anterior, separar o que correu bem, do que foi mais negativo para, no futuro, se poderem corrigir, com toda a humildade, os erros cometidos e melhorar o que já tinha sido bem feito.

Neste cinco de Julho, mais um ano se passou, com dias melhores e outros menos bons. Nunca estamos satisfeitos, mas há situações que bem poderíamos dispensar, como as que se relacionam com a doença, o desemprego, a fome, a miséria, os conflitos. Que poderemos fazer, no dia do nosso aniversário, para minimizar tais conjunturas? Como colaborar, e com quem, para que o nosso aniversário não seja ofuscado pelas tragédias naturais ou as que são provocadas pelo ser humano, por esse mundo fora?

É óbvio que o facto de estarmos vivos, com saúde, com trabalho, é motivo suficiente para festejarmos o aniversário natalício mas, em certos contextos, talvez com um pouco mais de moderação, de simplicidade, de probidade, porque naqueles momentos da nossa euforia, milhões de outros seres humanos, estão a sofrer.

Naturalmente, e para quem é crente, deve-se dar Graças a Deus por mais um ano de existência e, se durante este período, a vida nos correu bem, mais razões teremos para estarmos agradecidos, assim como a quem nos tem ajudado: seja com apoio moral; seja com auxílio material. Neste dia de festa de aniversário, não é descabido refletir sobre o passado, como é legítimo perspetivar o futuro.

Festejar o aniversário natalício com a família, com os amigos verdadeiros, num ambiente de total sinceridade, é um acontecimento inolvidável, que deve ser registado com muito carinho, também com respeito e amizade ilimitada, porque é neste conjunto de bons princípios, valores, sentimentos e emoções que a “festa” tem o seu ponto alto. Digamos que a dignidade reside na conciliação e harmonia de todos os convivas.

Mas, nas festas de aniversários natalícios, por vezes também se cometem excessos: seja de ingestão de alimentos e bebidas; seja na linguagem e gestos que, ao mínimo descuido, assumem proporções que conduzem à ofensa dos presentes em geral, e do aniversariante em particular. O facto de se estar num convívio, com alegria e boa disposição, não deve, nem pode, ser motivo para que o ambiente festivo descambe para qualquer tipo de violência, física ou verbal que, a acontecer, causaria muita tristeza.

O aniversário natalício é uma data única, que se repete em cada ano, que deve ser festejada sim, cada vez com mais alegria e também sobriedade, que honre a condição superior do aniversariante, que estimule a sua autoestima e reforce as amizades. Trata-se de um dia que, por muitos anos, na maioria das pessoas, é festejado, mas que, mais tarde, também será recordado, com saudade, pelos entes mais queridos, daquele que foi nosso familiar e/ou amigo.

Cinco de julho, é o meu dia, o qual dedico com total amor à minha família nuclear, também com grande amizade à minha restante família e amigos verdadeiros, que desejo recordar enquanto as faculdades mentais me permitirem. Neste cinco de Julho, as prendas que realmente mais desejo são: a saúde, o amor/amizade, o trabalho, a paz, a felicidade e a Graça de Deus, porque o restante, seja lá o que for, virá sempre por acréscimo, seja para o bem, seja para o mal.

No conjunto de muitos “cinco de Julho”, tenho tido a ventura de sempre comemorar esta data em família, com um ou outro amigo, que me presenteiam com as suas presenças agradáveis e sinceras, por isso, nada mais importa do que ter à nossa volta, nos festejos dos nossos aniversários, a família e os bons e incondicionais amigos, verdadeiros e puros. Isto sim, é o mais importante em qualquer aniversário.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente da Direcção da ARPCA