Comunicar apresenta-se, hoje, como uma das
principais potencialidades da humanidade, objetivamente, na sua vertente mais
nobre que é o diálogo, a diferentes níveis: interpessoal, intergrupos, inter-gerações
e inter-nações, sejam quais forem os domínios, os temas e as finalidades.
O caminho mais adequado e digno da condição humana,
para resolver os conflitos: alguns, naturais e compreensíveis; outros, menos
atendíveis, que nas diversas circunstâncias da vida e dos papéis que cada ser
humano desempenha, vão opondo interesses, valores, princípios e objetivos.
A humanidade está predestinada à inevitabilidade da
comunicação. Quem se esconder na penumbra da indiferença, na aparente tranquilidade
do silêncio sistemático e inconfessável, ou no egoísmo dos interesses
ilegítimos, terá, provavelmente, imensas dificuldades em cooperar com os seus
semelhantes, com as instituições, com um mundo cada vez mais exigente, e com a
própria natureza.
Gerir, equilibradamente, a comunicação interpessoal
é, cada vez mais, uma ciência superior, (também uma arte), nem necessariamente
uma ciência exata, nem absolutamente uma ciência social e humana, porque numa
ou noutra, sempre terá lugar alguma objetividade e, simultaneamente, haverá
espaço para uma certa margem de subjetividade, sem que isso afete a veracidade
da comunicação, a sua autenticidade e eficácia.
Com efeito, a ciência da comunicação pressupõe um
método e um objeto: um método ou processo pelo qual se progrida e se alcancem
novos resultados, ou se melhorem os já existentes e se atinjam objetivos previamente
estabelecidos; um objeto, que, no quadro da ciência da comunicação, se pode
identificar com a dimensão humana de relacionamento interpessoal, isto é,
melhorar a qualidade e a quantidade dos atos comunicacionais.
Na conjugação e articulação do método com o objeto
de estudo, considerem-se as estratégias, os instrumentos e a avaliação, através
dos quais se credibilizem, testando, os procedimentos dos interlocutores
comunicacionais.
Falar, ouvir, escrever, pintar, mimetizar e
desenvolver toda uma panóplia de linguagens verbais e não-verbais, sem intencionalidade,
sem regras, sem objetivos e sem consequências, equivale a uma possível
incompetência dos intervenientes comunicacionais.
Sendo a comunicação humana um veículo
poderosíssimo, único e acessível, exige-se que os seus utilizadores sejam
competentes no exercício deste recurso singular do ser humano. Da competência
do uso da língua, dependem os resultados do ato comunicacional, respeitando sempre
as normas do respetivo código utilizado, o qual deve ser do conhecimento
profundo dos interlocutores.
O Presidente da Direção da ARPCA,
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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