Bem - Vindo

A ARPCA agradece a sua visita!

Contactos


E-mail: arpcaminha@gmail.com

Telemóvel: 925935946

domingo, 7 de junho de 2015

Alavancas da Motivação


O mundo do trabalho encontra-se em profunda transformação, a vários títulos, com objetivos bem determinados e alterações significativas nos valores que são adotados pelas Instituições empregadoras. Tradicionalmente tem-se atribuído grande importância ao perfil intelectual e à formação académica a esta se associando o prestígio da Escola onde se obteve uma determinada formação.
Importante para a obtenção de trabalho/emprego era o Curriculum Vitae com referência às escolas de renome nacional e/ou internacional frequentadas, indicação de testes psicométricos com altas percentagens de QI (Quoeficiente de Inteligência).
Outra mudança de relevo, do paradigma até agora vigente, verifica-se no facto de em vez de se dar mais importância às características do cargo, ou do trabalho, passou-se a dar mais destaque às características das pessoas que fazem bem o trabalho.
Nesse sentido: «Precisam estar atentos para esta nova realidade os profissionais que actuam em administração de recursos humanos, os gestores de pessoas (gerentes, chefes, supervisores) assim como quem orienta carreiras profissionais e ainda, e de modo especial, os próprios profissionais que cogitam de planejar ou rever suas carreiras.» (RESENDE, 2000:16).
Uma das principais teorias da motivação humana, elaborada por Abraham Maslow, é construída na lei da necessidade cujo percurso se pode indicar a partir das necessidades ou carências, ações, objectivo/satisfação das necessidades. As pessoas procuram, sempre que podem, satisfizer uma ou mais das necessidades fisiológicas, segurança, sociais, estima ou afeto e realização. Pelo atendimento às necessidades, as pessoas procuram conforto, manifestação dos seus anseios e sentimentos, progredir na vida, prosperidade, poder, sabedoria, paz e felicidade.
Quaisquer que sejam as atividades profissionais, as disciplinas que as estruturam, os meios que se utilizam e as técnicas implementadas, o objetivo fundamental é atingir-se um resultado, expresso numa quantidade, com qualidade e num contexto de crescente competitividade.
Hoje, tanto ou mais do que academismos, teorizações, ilustração, exige-se uma valência que vem aumentando de importância e se torna indispensável às organizações públicas e privadas, independentemente da área de intervenção e atividade desenvolvida sendo referida como requisito essencial, na maioria das ofertas de emprego: COMPETÊNCIA.
A necessidade, determinação, imposição ou urgência de se alcançarem objectivos: materiais, morais, políticos, religiosos, éticos e quaisquer outros, em todas as atividades, sugerem uma atitude cada vez mais pragmática, no sentido de se ser prático, concreto, determinado.
O avanço da ciência, da tecnologia e da globalização, que em muitos setores profissionais e no domínio da economia já se verificam, impõe comportamentos de rigor, de produtividade, de concorrência, de flexibilidade, de mobilidade, e, mais recentemente, de “flexigurança”. Para vencer este surto desenvolvimentista, pessoas, organizações e sistemas têm de ser competentes.
COMPETÊNCIA – Vários são os conceitos de competência como por exemplo: «Capacidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa»; «Atributos pessoais que distinguem pessoas de altas performances de outras, num mesmo trabalho»; «Pessoas competentes são aquelas que obtêm resultados no trabalho, nos empreendimentos, utilizando conhecimentos e habilidades adequados». Em síntese, pode-se aceitar uma conceptualização mais alargada e enriquecedora: «Competência é a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades, interesse, vontade, etc., em resultados práticos. Ter conhecimentos e experiencia e não saber aplicá-los em favor de um objectivo, de uma necessidade, de um compromisso, significa não ser competente, no sentido aqui destacado.» (Ibid.:30-32).
Na mudança de paradigmas em curso, verifica-se que o que ontem era verdade absoluta ou até dogmática, hoje pode não o ser, pelo menos com tanta certeza, ou convicção inabalável, em relação a algumas delas. Têm-se notado profundas e universais mudanças de paradigmas, em todos os domínios, da atividade humana e organizacional: a) Fusão de empresas, antes rivais; b) Unificação de países em grandes blocos económico-políticos; c) Convivência de ideologias económicas opostas – socialismo-capitalismo; d) Evolução do amadorismo para o profissionalismo; e) Mudanças nas características e relações de trabalho.
Justifica-se, agora, a valorização da competência que terá profunda influência nos destinos das organizações, nas carreiras das pessoas e, neste contexto, o conceito paradigmático de competência assume uma nova dimensão e significado: a) A competência será mais prestigiada do que a erudição; b) A competência será o atributo mais importante das pessoas; c) As referências mais importantes para a remuneração ou promoção das pessoas nas organizações não serão mais tempo de casa (antiguidade) ou escolaridade, mas sim competências e habilidades; d) As expressões: competência emocional, competência espiritual e competência de cidadania, por exemplo, são novas formas de ver e conceituar estas maneiras de ser, manifestar e agir das pessoas, em quaisquer situações da vida em sociedade.
Evidentemente que a formação teórico-académica, ao mais alto nível, não pode ser descurada, bem pelo contrário, as habilitações académicas, a investigação e as tecnologias são imprescindíveis para melhor se estruturarem e aplicarem racional e eficazmente os conhecimentos, ajudar a criatividade e a inovação e rentabilizar os recursos disponíveis, respetivamente.
O que se pretende transmitir é a ideia de que, de ora em diante, ninguém pode viver o resto da vida rodeado pela auréola de um diploma, de um qualquer curso superior, sem se manter em permanente formação científica e técnica.
Entre as diversas aspirações das pessoas, uma delas é dispor de oportunidades para crescer, desenvolver suas carreiras profissionais e por isso, de um modo muito especial, as pessoas querem saber como e o que precisam fazer para evoluir em suas carreiras.
Por outro lado, também se conhece que as organizações que têm feito um pouco mais e melhor, em favor do planeamento e administração de carreira, são as empresas mais evoluídas em gestão de recursos humanos, ainda que fiquem bastante aquém do que seria desejável, principalmente, porque: a) Teme-se as consequências salariais das carreiras; b) Políticas e critérios frágeis de promoção de pessoal; c) Excesso de paternalismo gerencial; d) Falta de instrumentos mais precisos para avaliação do potencial (competências e habilidades); e) Despreparo dos profissionais da área de Recursos Humanos nessa matéria.
Atualmente as pessoas passam entre oito a dez horas diárias no trabalho e, por essa razão, precisam se empenhar na busca da satisfação através das suas atividades profissionais. Indivíduos, profissionais e empresas precisam desenvolver condições e recursos para saberem identificar e ajustar suas competências às das atividades que desenvolvem, e assim garantirem o sucesso dos seus objectivos de vida e negócio.
Uma boa referência para orientar as pessoas a compatibilizarem os seus interesses e características pessoais às atividades profissionais e empreendimentos é a teoria de “Âncoras de Carreira”, acreditando-se que a maioria das pessoas se poderá enquadrar numa delas, e que, na medida do desenvolvimento do seu autoconceito ou autoconhecimento, elas poderão harmonizar melhor os seus talentos, motivos e valores. Consideram-se por isso as seguintes Âncoras de Carreira: 1) Segurança e estabilidade; 2) Autonomia e Independência; 3) Criatividade e capacidade empreendedora; 4) Competência técnica e profissional; 5. Aptidão ou habilidade administrativa.
Cada vez mais as novas organizações de trabalho nas empresas estão requerendo que as pessoas sejam multifuncionais ou polivalentes, que exerçam atividades com uma dimensão mais abrangente e com associação a diferentes especialidades: «O ser humano tem inato o potencial de ser versátil e adaptativo. Com treino e prática, não haverá dificuldade para ser mulfifuncional. Ainda que se possam estabelecer diferentes graus de polivalência. (…) Porém, mesmo sendo multi-especialistas ou multifuncionais, sempre haverá uma âncora principal que deve ser considerada para que as pessoas se realizem melhor e se satisfaçam mais no trabalho.» (Ibid.:118).

Bibliografia

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark
 
O Presidente da Direção,
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
925 935 946